Vida de imigrante: do que sinto falta do Brasil

1: Família

Sem sombras de dúvidas, em primeiríssimo lugar, o que eu mais sinto falta do Brasil é a minha família. Não tem muito o que falar. É isso. As pessoas dizem que “a gente vai se acostumando”… No meu caso, eu busco ao máximo pensar na minha família, pois, se eu pensar, eu desabo. A saudade é realmente sufocante às vezes.

2: Amigos

Os amigos, obviamente, também fazem muita falta. Não somente os amigos, mas também estar entre amigos… Ou seja, aquela sensação de pertencimento, sabe?

3: Língua Portuguesa

Algo que não se fala muito nos blogs de imigrantes que eu acompanho é a saudade da língua portuguesa: não somente o ato de se comunicar – pois, muitas vezes, dá para se comunicar por aqui através do inglês –, mas, principalmente, da língua portuguesa mesmo. Acho que nada se compara a poder se expressar de forma assertiva no nosso idioma nativo, por mais que eu fale inglês e um pouco de polonês.

4: Clima

Sem dúvidas, é algo que vejo muitas pessoas reclamarem. Apesar de os poloneses estarem acostumados com o clima frio e nublado daqui no outono e inverno é impressionante como eles estão constantemente reclamando do clima. No outono, começa a escurecer às 16:00. No inverno, começa a escurecer às 15:00. Ou seja, às 16:00 já está “de noite” por aqui. Por outro lado, no verão começa a anoitecer após às 21:00. Eu acho isso muito massa, quase místico, por assim dizer. Apesar de o clima ser desfavorável em certas épocas do ano, ainda assim eu acho interessante essas mudanças de estações, pois a gente não somente sabe que o tempo está passando, como a gente sente o tempo passar mesmo…

5: Carne bovina

Aqui tem muita carne, mas muita carne processada, carne suína (eu não como), linguiças etc. Não é comum comer carne bovina de qualidade, como filé mignon, nem mesmo na maioria dos restaurantes. 

 

6: Dentista

Não que na Polônia não tenham dentistas, claro que tem. No entanto, a quantidade de dentistas aqui é significativamente menor e, portanto, as opções também são menores. Às vezes só dá para agendar uma ida ao dentista (particular) para daqui a uns meses. Além disso, o trabalho no Brasil é nitidamente melhor e as pessoas no geral estão acostumadas a irem rotineiramente ao dentista.

 

7: Regras sociais

Nos primeiros meses, assim que cheguei à Polônia, senti o impacto das pequenas diferenças – que fazem muita diferença. Na minha opinião, existem muitas “regras sociais implícitas” aqui na Polônia. Ou seja, não é algo que você “lê num manual de instruções”, é algo que você vai vivenciando, aprendendo e se adequando. Por exemplo, gera-se um certo desconforto ao andar nas ruas e olhar para as pessoas, inclusive em transportes públicos etc. Outra coisa que demorei a entender por aqui: é comum os poloneses mencionarem uma única vez que no dia x no horário y – independente se falta 1 semana, 2 semanas ou mais – haverá evento z. Durante todo o tempo que passa, as pessoas não ficam repetindo esse evento, lembrando que haverá um evento etc. Não sei como funciona nas casas das famílias brasileiras no geral, mas na minha casa geralmente se menciona o tempo inteiro que o evento z vai ocorrer. Fala-se disso 1x, 2x, 3x e por aí vai… até chegar o dia do evento. Então, se um polonês disser que ocorrerá o evento z no dia x no horário y uma única vez e não desmarcar até lá, pode ter certeza de que o evento ocorrerá, mesmo que o assunto não tenha sido levantado 10x nas conversas durante esse meio-tempo.

Para ideia de próximo post, pensei em fazer uma lista sobre o que eu não sinto falta do Brasil. O que acham? Comentem aqui!

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